quarta-feira, 14 de abril de 2010

Não importa...

Não importa quanto tempo tenha se passado.
Não importa quanto tempo passará.
Não importa o que os outros digam.
SEMPRE sentirei tua falta.
SEMPRE chorarei a tua ausência.
SEMPRE sofrerei a tua partida.

Não importa quantas alegrias eu tenha.
Não importa quantas coisas possam mudar.

NUNCA esquecerei essa dor.
NUNCA esquecerei o que você me ensinou.



Saudade. Sentimento tão contraditório esse.
Mas é o que te deixa vivo dentro de mim.

Não importa o que aconteça...A Saudade sempre queimará em meu peito.

domingo, 11 de abril de 2010

Quem entende?

Quem entende?

Nada definido.
Pensamentos diversos.
Choro contido.
A mente dois universos.

O mundo gira em redor.
Passam as estações.
No frio ou no calor
São muitas as emoções.

A incoerente alegria inocente.
Num passado tão distante.
Que em contradição parece recente.
Quem explica o que mudou?

Mudam-se as questões.
Mas as perguntas continuam.
Repostas sem direções
No vazio constante flutuam.

STM

sábado, 10 de abril de 2010

O QUE SE DIZ


O QUE SE DIZ
Que frio! Que vento! Que calor! Que caro! Que absurdo! Que bacana! Que tristeza! Que tarde! Que amor!
Que besteira! Que esperança! Que modos! Que noite! Que graça! Que horror! Que doçura! Que novidade! Que susto! Que pão! Que vexame! Que mentira! Que confusão! Que vida! Que coisa! Que talento! Que alívio! Que nada...
Assim, em plena floresta de exclamações, vai-se tocando pra frente. Ou para o lado. Ou para trás. Ou não se toca. Parado. Encostado. Sentado. Deitado. De cócoras. Olhando. Sofrendo. Amando. Calculando. Dormindo. Roncando. Pesadelando. Fungando. Bocejando. Perregando. Adiando. Morrendo.
Em redor, não cessam explosões interjetivas. Coitado! Tadinho...Canalha! Cachorro! Pilantra! Dedo-duro! Bandido! Querido! Amoreco! Peste! Boneco! Flor!
E vêm outras breves, no vão do vaivém:
É. Pois é. Ah, é. Não é? Tá. Ok. Ciao. Tchau. Chau. Baibai. Oi. Opa! Epa! Oba! Ui! Ai! Ahn...
Que fazer senão ir na onda? Lá isso...Quer dizer. Pois não. É mesmo. Nem por isso. Depende. É possível. Antes isso. É claro. É lógico. É óbvio. É de lascar. Essa não! E daí? Sai dessa.
Não diga! É o que lhe digo. Eu não disse? Repete. Como ia dizendo...Não diga mais nda. Digo e repito. Dizem...Que me contas!
E chegam os provérbios, que se deterioram, viram antiprovérbios. Tão certo como 2 e 2 são só dois dois. O bom da festa é acabar com ela. Quem canta espanta. A noite é conselheira acácia. Um proveito não cabe em dois sacos de papel. De hora a hora Deus vai simbora. Simonal é melhor e não faz mal. Um dia é do caçador e o outro também. A saúva é essencialmente agrícola. Banco de jardim ninguém assalta: é de ferro. Um urubu não faz verão. Ou faz?
A situação torna-se confusa. A moça tira o sapato: tem pé de laranjolina. O mar recua diante da SURSAN, resmungando: Amanhã eu volto. Presos dois adultos sob o viadúltero. Chica da Silva pavoneia-se na Tijuca. Pedrálvares Cabral descobre o bromil. Pistolas de ácido lisérgico disparam a esmo: multidões devoram torresmo de muitos sabores e odores. Todo tostão que ser campeão, mas só um é do balão. De castigo, não mostre o umbigo. Um rato é um chato, e um chato é um chato. Também, com este nome: Praga...Pode me dizer quando será instaurado o socialismo nos países socialistas? Desculpe: todos os canais estão ocupados. A Lua, nua. Marte, de zuarte. Vênus, é o de menos. E o Sol? Um caracol. Tudo rima, depois que as rimas deixaram de ser. Furacão que se preza tem nome de mulher, mulher não precisa ter nome de furacão. E adeus.
Se continuar, quem vai entender? E depois, que frio! Que calor! Que vento! Que tudo! Etc.

Carlos Drummond de Andrade